24 de abril de 2018
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REN e Governo acordam ampliar zona piloto para produzir energia em Viana do Castelo

A REN -- Redes Energéticas Nacionais e o Governo, através da Secretaria de Estado da Energia, acordaram a ampliação da Zona Piloto Portuguesa (ZP) para a produção de energia ao largo de Viana do Castelo.

Lusa

Com o contrato assinado, a REN ficará encarregue da construção de um cabo submarino de ligação à rede elétrica de serviço público e infraestruturas terminais, assim como da sua instalação, operação, manutenção e exploração.

A execução da infraestrutura pela REN será financiada pelo programa comunitário NER300, destinado a apoiar "tecnologias inovadoras de aproveitamento de energias renováveis e de captura e armazenamento de CO2 em condições de segurança ambiental".

O plano de investimentos 2016-2025 da REN estima 48 milhões de euros para infraestrutura.

A zona piloto engloba uma área de cerca de 320 quilómetros quadrados (km2) e situa-se perto de S. Pedro de Moel, concelho da Marinha Grande, entre a Nazaré e a Figueira da Foz, valor que aumentará com a nova área perto de Viana do Castelo.

Um dos principais objetivos da ZP é tornar-se num espaço aberto ao longo da costa portuguesa que permita o desenvolvimento das energias marinhas.

Trata-se do projeto Windfloat Atlantic, de aproveitamento da energia das ondas, coordenado pela EDP, através da EDP Renováveis, e que integra o parceiro tecnológico Principle Power, a Repsol, a capital de risco Portugal Ventures e a metalúrgica A. Silva Matos.

O projeto faz parte da Estratégia Industrial para as Energias Renováveis Oceânicas, cujo objetivo principal é a "criação de um 'cluster' industrial exportador destas novas tecnologias energéticas limpas", que tem potencial para gerar "254 milhões de euros em investimento, 280 milhões de euros em valor acrescentado bruto, 119 milhões de euros na balança comercial e 1.500 novos empregos", segundo um diploma.

Esta tecnologia permite a exploração do potencial eólico no mar, em profundidades superiores a 40 metros, assentando no desenvolvimento de uma plataforma flutuante semissubmersível e triangular, com origem na indústria de extração de petróleo e de gás, onde assenta uma turbina eólica com vários megawatts (MW) de capacidade de produção.

Para a conceção e construção de um protótipo foi montada uma turbina eólica de 2 MW, tendo este sido depois instalado ao largo da costa portuguesa, perto de Aguçadoura, na Póvoa do Varzim, e ligado à rede elétrica em 2011. Após cinco anos no mar, o WindFloat concluiu, no final do ano 2016, a fase de testes.

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